31 de julho de 2017

Exposição de arte surrealista instiga a reflexão ecológica

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Obras em acrílico sobre tela colocam em xeque um tema abrangente (Foto: Genival Silva)

Arte é estranheza. Há sempre valor estético naquilo que hoje nos toma de jeito – e que não entendemos logo de cara. Isso nos impele, sem rodeios, a pensar sobre.

É o que traz a proposta do artista plástico arapiraquense Cícero Brito, de recém-completados 62 anos. Ele está com a “ExpoEco” no Museu Zezito Guedes até o próximo dia 4 de agosto, sob curadoria do diretor do local, o historiador Rodrigo Abraão.

Nela, há todo um discurso que permeia as pinceladas de seus quadros de acrílico sobre tela. Sua escola é clara: o surrealismo. E não há bússola melhor para conduzir o tema que o pintor carrega consigo desde 1992, a ecologia.

“Exatamente há 25 anos, venho desempenhando esse alerta por meio da Arte. Não quero levantar respostas, mas, sim, cada vez mais perguntas. É certo o que estamos fazendo com nossa casa, o planeta Terra? É generoso, depois de tudo que ela nos ofereceu?”, pontua Cícero Brito, que é também economista e servidor público do Instituto Federal de Alagoas (Ifal).

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Cícero Brito e Rodrigo Abraão conversando sobre a mostra (Foto: Genival Silva)

Justamente por trabalhar com o irreal, o surrealismo nasceu em 1920 na França com o poeta André Breton e logo se transformou em um movimento artístico pulsante tendo nomes como René Magritte, Salvador Dalí e Max Ernst como pontas de lança – ou pontas de pincel.

Apesar de belas, esse incômodo causado pelas obras plásticas de Cícero é somado pelo incômodo retratado de uma natureza que luta para permanecer verde.

“O resultado disso bebe no inconsciente, na fantasia e também no real, no que vemos ao nosso redor. O trabalho dele é muito sólido e tem uma mensagem forte”, diz o incentivador cultural Paulo Lourenço da Silva, ex-dono de um dos ambientes mais pensantes de Arapiraca nas décadas de 1970 e 1980, o Bar do Paulo, onde inclusive o próprio Cícero fez uma exposição em 1999.

Com entrada franca de segunda-feira até sexta, quando a mostra acaba, a “ExpoEco” pode ser vista e revista no Museu Zezito Guedes, vizinho à Escola de Ensino Fundamental Hugo José Camelo Lima, na Praça Luiz Pereira Lima, bairro do Centro, em horário comercial e também no período noturno.

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